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Félix, trajetória de lutas e vitórias 

“Tá vendo aquele edifício moço?  
Ajudei a levantar ; Foi um tempo de aflição  
Eram quatro condução; Duas pra ir, duas pra voltar” 

A primeira estrofe da música “Cidadão”, de Zé Geraldo, ilustra parte da história de José Maria Félix. Assim como muitos nordestinos, o atual presidente do influente Sindicato dos Empregados em Edifícios de Santos e Cubatão (Sindedif) migrou para São Paulo em busca de melhores condições de vida.

Nos anos 1980, Félix começou sua trajetória como faxineiro em um condomínio. Após longos períodos dedicados ao trabalho, ele ascendeu de função, tornando-se porteiro e, posteriormente, zelador em prédios na cidade e no centro de Santos. Em diversas ocasiões, chegava a pernoitar em quartinhos improvisados no local de trabalho.

Entretanto, o desejo de se estabelecer e prosperar no “Sul Maravilha” superava o desânimo que, por vezes, invadia os pensamentos desse potiguar de pele morena e cabelos lisos, características típicas de sua terra natal, o Rio Grande do Norte.

Da pequena cidade de Martins, no interior nordestino, até a orla santista, Félix construiu sua trajetória. Ele retomou os estudos que havia abandonado e passou por instituições como Cleóbulo Amazonas, Azevedo Júnior e Primo Ferreira, onde concluiu o antigo Segundo Grau, hoje conhecido como Ensino Médio.

Simultaneamente a seus estudos e ao desempenho como zelador, Félix identificou uma nova necessidade: lutar pelos direitos de sua categoria. Ele participava ativamente das assembleias, onde expressava suas opiniões e debatia assuntos relevantes com trabalhadores veteranos e novos companheiros.

Essa militância conduziu Félix à diretoria de base do Sindedif, onde nunca hesitou em aceitar tarefas dentro da entidade sindical. Inicialmente, durante a gestão do falecido Antonio Berni, um homem astuto e um dos remanescentes da velha guarda de zeladores de prédios santistas, Félix começou a ganhar destaque.

Com Berni, Félix conquistou mais espaço e chegou ao cargo de tesoureiro geral do Sindedif. Seu dinamismo e dedicação lhe renderam prestígio, especialmente entre os trabalhadores do setor. Após a saída de Antonio Berni, a presidência foi assumida por Pedro Sirqueira, outro dirigente que vivenciou crucialmente os anos de consolidação dos direitos dos empregados em edifícios.

Sob a liderança de Pedro, também já falecido, Félix tornou-se vice-presidente e manteve seu ritmo incansável de trabalho até a aposentadoria do comandante, em 2011. A partir de então, assumiu interinamente o cargo maior no Sindedif até ser confirmado na presidência através de eleição.

Desde então, o sindicato passou por uma fase de profundas transformações. “Sempre imaginei um sindicato participativo e forte nas questões trabalhistas, mas sabia que era necessário avançar em áreas como a formação e o aprimoramento da mão de obra”, afirma. Para isso, Félix não hesitou em estabelecer parcerias com empresas e respeitáveis instituições de ensino, proporcionando aos trabalhadores oportunidades de aprendizado e reciclagem profissional. Essa iniciativa contou com o apoio decisivo e a unidade de seus companheiros de diretoria.

Dentro dessa perspectiva, Félix teve a ideia de utilizar um espaço quase ocioso no segundo andar da sede do sindicato, localizada na Rua Júlio Conceição, 240, na Vila Mathias, para implantar salas de aula. A empreitada se mostrou um sucesso: atualmente, são quatro salas totalmente adequadas para a realização de diversos cursos. “Valeu a pena, pois a categoria aproveita e ocupa esses espaços sempre que promovemos palestras ou cursos”, diz, orgulhoso da iniciativa que tem contribuído para a ampliação dos horizontes dos trabalhadores.

Félix é intenso em seu trabalho. Aqueles que o conhecem sabem que ele raramente permanece em sua sala, a não ser para atender associados ou se reunir com representantes de diversas entidades.

Hoje com 62 anos, José Maria Félix chega cedo ao trabalho e, geralmente, é o último a sair. Mesmo com sua dedicação, nunca se esquece de seu porto seguro: a família, composta por sua esposa Jô e sua filha Bianca. Ao olhar para trás, ele reflete com indisfarçável alegria sobre a trajetória que construiu e sobre como a categoria de empregados em edifícios tem evoluído ao longo dos anos.


Félix entende que a luta por melhores salários e condições de trabalho para sua categoria é uma prioridade que ele nunca abrirá mão. Contudo, também reconhece que um sindicato precisa evoluir junto com as mudanças na sociedade. Nesse contexto, ele incentivou a iniciativa “Mulheres em Foco”, um projeto lançado este ano que busca promover a autonomia feminina por meio da troca de conhecimento entre mulheres da categoria e profissionais das áreas de Saúde, Direito e Assistência Social. Além disso, firmou uma parceria com o SindiBeleza para a criação de um salão-escola de assistente de cabeleireiro, que já conta com uma ampla infraestrutura e está na quarta turma. Essa iniciativa visa qualificação e geração de renda, proporcionando aprendizado e independência às mulheres participantes.

Esse homem potiguar está comprometido em transformar o Sindicato dos Empregados em Edifícios em uma das principais forças trabalhistas da Baixada Santista, reconhecida não apenas por sua categoria, mas também por entidades de grande relevância, como a Força Sindical, Conatec, Fenatec, Fecoesp, Fethesp e diversas lideranças empresariais e políticas. Felix também exerce funções como diretor em várias outras entidades de classe.

Com essa trajetória sólida, ele continua sua missão movido pela sua causa: a luta pelos trabalhadores em edifícios. Agora, ao se candidatar a vereador, Félix pretende expandir sua luta em prol da população de Santos, utilizando sua experiência e determinação para criar mudanças positivas na vida de todos. Para ele, essa trajetória de vida se resume em uma frase poderosa:

“Cidadania é um processo que a gente constrói de forma permanente e coletiva.”