Corona-vírus e Condomínios
Nos condomínios da Baixada Santista, há um exército de funcionários que não param, mesmo com o medo provocado pelo corona-vírus. São zeladores, porteiros e faxineiros que trabalham incansavelmente em suas funções, além de ajudarem muita gente que não pode sair de casa.
O presidente do Sindicato dos Empregados em Edifícios, José Maria Félix, diz que são aproximadamente 6 mil trabalhadores com a mão na massa na região.
“Hoje, essas funções são mais importantes do que nunca. E feito um revezamento nos horários, mas todos estão trabalhando”.
Segundo ele, muitos estão usando máscaras e luvas para redobrar a segurança. “Em vários prédios, os funcionários têm ajudado os idosos, como na hora de fazer compras e ao receber o delivery”.
O zelador Ronaldo Lopes dos Santos, de 55 anos, conta que as entregas passaram de cerca de dez para 50 por dia, incluindo restaurantes e farmácias. “Eu que recebo todas as entregas. Os moradores descem e pegam comigo aqui embaixo. Recebo a embalagem e lavo as mãos” Ele, que trabalha há 25 anos em um prédio com 90 moradores no José Menino, em Santos, diz que também usa máscara e luvas, além de ter redobrado os cuidados com a higiene.
“Manobro os carros e lavo as mãos sempre que faço isso ou recebo as chaves de algum morador®
Quem também teve a rotina mudada foi o faxineiro Jurailton Mathias Santos, de 52 anos. Ele brinca que é o faz tudo de um prédio há 25 anos. “Limpo mais vezes a portaria, o elevador e as botoeiras”.
Ele conta que as luvas já fazem parte de sua função e uma mudança brusca é quase não ver mais os moradores dos 21 apartamentos ocupados nesse prédio do
José Menino.
IDOSOS
“Os idosos colocam o lixo no elevador e eu pego lá embaixo. A maioria pede muita entrega. Muda a rotina, porque os cuidados redobraram. Além de cuidar das pessoas, a gente tem de ver nossa segurança”, explica o faxineiro.
O zelador Daniel Rodrigues da Silva, de 64 anos, tem trabalhado todo paramentado para exercer a função com segurança. Já são 29 anos em um prédio no Campo Grande, mas a primeira vez que vive algo dessa dimensão.
“São 54 apartamentos e duas lojas. Usamos máscaras e luvas. Tem álcool em gel na entrada social para todos usarem. Um cuidado que tenho é entrar em contato com os moradores idosos pedindo para que deixem o lixo na porta”.